segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Vizinho

O Vizinho
(Lakeview Terrace, 2008)


Direção: Neil LaBute
Gênero: Suspense/Drama/Policial
Duração: 110 minutos
Elenco: Samuel L. Jackson, Patrick Wilson, Kerry Washington, Regine Nehy.



Sinopse:

Um jovem casal acaba de se mudar para a sua casa dos sonhos, na Califórnia, e torna-se alvo do vizinho, que é contra o casamento deles por serem de raças diferentes. O vizinho é um homem severo, pai solteiro e policial de Los Angeles que elegeu a si mesmo cão de guarda da vizinhança. Suas patrulhas noturnas a pé e sua excessiva vigilância trazem conforto para alguns, mas ele se intromete cada vez mais na vida do casal. Essas constantes intromissões fazem com que o casal resolva reagir.

Análise:

Um filme que mescla vários gêneros cinematográficos para montar uma trama interessante e empolgante. Apesar da falta de atrativos durante o filme, que corre extritamente dentro de uma pequena vizinhança, os assuntos tratados durante o mesmo dão uma complexidade simples, porém muito empolgante nas cenas.
O papel de Samuel L. Jackson é o policial Abel Turner, um homem cheio de regras e severidades com os filhos e com o mundo, que perdeu a esposa e criou seus dois filhos sozinho. Muito preconceituoso com o relacionamento interracial de seus novos vizinhos, ele acaba criando uma relação hostil com o casal que só queria ter um novo lar.
Os conflitos culturais e de cume social envolvendo estes três personagens são realmente interessantes, com diálogos muito bons e que evitam que o filme seja cansativo, já que ele não é dos mais movimentados. Mesmo assim as cenas de ação não deixam a desejar, e as provocações entre os dois vizinhos vão se tornando cada vez mais inconvenientes e perigosas.
O abuso de poder do policial também é retratado durante as cenas, e é um dos responsáveis pela revolta e o temperamento instável do policial Turner.
A retratação dos conflitos internos e externos são muito bem expostos durante "O Vizinho", que é um filme muito bom, e prende o expectador por suas próprias qualidades.


Nota: 7,5

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sangue e Chocolate

Sangue e Chocolate
(Blood and Chocolate, 2007)


Direção: Katja von Garnier
Gênero: Drama/Romance
Duração: 98 minutos
Elenco: Agnes Bruckner, Hugh Dancy, Olivier Martinez, Katja Riemann, Bryan Dick, Chris Geere, Tom Harper.



Sinopse:

Vivian (Agnes Bruckner) é uma jovem lobisomem que procura a tão sonhada paz ao lado de Aiden (Hugh Dancy), mas vive sendo perseguida por Gabriel (Olivier Martinez). Porém, quando uma série de inexplicados assassinatos tem início, sua identidade secreta fica ameaçada.

Análise:

Este filme me atraiu bastante pelo título, já que eu não sou muito de ler sinopse. Me pareceu bastante marcante e diferente. Levando em conta os realizadores do filme, que já foram responsáveis por obras interessantes como "O Chamado".
Depois de assistir o filme cheguei a uma conclusão completamente oposta do que imaginava. "Sangue e Chocolate" não passa de um filme para adolescentes bem no estilo "Crepúsculo", só que, ao invés de vampiros emos, temos lobisomens mal feitos e mal interpretados, que também passam por um amor impossível.
O filme é daqueles com atores jovens e nada promissores, com algumas participações especiais pra tentar levantar a moral do elenco, mas sem muito sucesso. A trama é baseada em uma lenda nórdica chama "A Menina e o Lobo". Mas, mesmo assim, o filme não consegue nem ao menos ser digno de encenar uma lenda.
A história é bem chatinha, daqueles romances água com açucar bem parados. As transformações dos homens em lobos são dignas de boas risadas, e o caminho seguido pela trama é ainda mais sem graça.
O filme vale-se apenas das paisagens e bonitos locais das ruas da Bélgica. Mesmo que estejam um pouco prejudicados pelo fascínio exagerado dos produtores por lobos. Igrejas, museus, ruas e casas, tudo é decorado com estátuas de lobos.
Concluindo, mesmo com um título interessante, um filme altamente dispensável.


Nota: 3,0

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Diário Proibido

Diário Proibido
(Diario de Una Ninfómana, 2008)


Direção: Christian Molina
Gênero: Drama
Duração: 95 minutos
Elenco: Belén Fabra, Leonardo Sbaraglia, Llum Barrera, Ángela Molina, Geraldine Chaplin.




Sinopse:

Val é uma jovem francesa ninfomaníaca que faz questão de registrar suas confissões mais íntimas em seu diário secreto.

Análise:

Só pra começar, apesar de não ser tão erótico quanto a capa sugere, "Diário Proibido" é um filme não recomendado para menores de 18 anos. Mesmo assim não é nada vulgar ou pornográfico.
Valerie é uma mulher viciada em sexo, que tenta lidar com seu vício de diversas maneiras. Recebe conselhos de muitas pessoas para tentar encontrar um maneira feliz de viver a vida, mas muitas delas esbarram em sua compulsão sexual e libido intermináveis.
Através de seu diário, as experiências sexuais e de vida da protagonista são retratados de maneira descritiva, porém não vulgar.
O tema é bastante polêmico, e poderia dar a impressão de que o filme não passa de um pornochanchada bem ao estilo brasileiro anos 70, mas não é nada disso. A ninfomania é tratada com pontos de vista diferentes, indo desde um furor sexual incontrolável até uma doença prejudicial.
Além do tema principal, as passagens da vida da personagem são de extremo contexto. Os caminhos que ela percorre para tentar encontrar uma vida feliz, realizar seus sonhos e sobreviver são bastante complexos e cheios de armadilhas. O conflito entre sua vida sexual desregrada e inconsequente, com seu íntimo romântico e sonhador, deixa o filme muito interessante. Seus amores, suas decepções e suas alegrias são contrastadas cada vez mais, levando a um inevitável questionamento de suas prioridades e relacionamentos.
Um drama pessoal muito bom, contando com personagens fortes e com temperamentos extremos, desafiando a linha que divide o amor do ódio, o sonho do pesadelo e o correto do vergonhoso. O filme trata de relacionamentos, vícios, personalidades inconstantes e prostituição. Tudo em uma trama muito bem armada e nada vulgar, que faz do tema interessante não de uma maneira sexual.
Exceto pelo problema do idioma, já que não acho o espanhol um dos idiomas mais sonoros, "Diário Proibido" sabe tratar um tema muito difícil de maneira adequada, ganhando muito em qualidade e conteúdo. Uma das cenas finais, em que Valerie conhece um paraplégico, o filme nos presenteia com um verdadeiro poema de palavras e gestos singelos, dando mais um ponto de reflexão para este filme tão abrangente.


Nota: 8,0

Autópsia de um Crime

Autópsia de um Crime
(Pathology, 2008)


Direção: Marc Schoelermann
Gênero: Suspense
Duração: 95 minutos
Elenco: Milo Ventimiglia, Michael Weston, Alyssa Milano, Lauren Lee Smith, John de Lancie.



Sinopse:

Um jovem recém formado em medicina , se torna o mais novo membro em um renomado grupo de patologistas.Suspeitas sobre os seus novos colegas surgem quando estranhos fatos acontecem. Mas Ted (Milo Ventimiglia) está tão deslumbrado com suas novas atividades, que não percebe que está envolvido com um grupo que criou um perigoso "jogo" no qual o objetivo é cometer o crime perfeito, que nem mesmo um patologista possa desvendar. A brincadeira ultrapassa os limites e se torna um verdadeiro pesadelo para todos os envolvidos.

Análise:

Mais um filme com jovens atores em busca de ascensão. Com uma história que tenta fugir dos temas tradicionais de suspenses, "Autópsia de um Crime" é um filme interessante em sua essência, mas que perde muitos pontos com o andar da carruagem.
Contando a história de um jovem residente, que começa a trabalhar com uma turma de pessoas meio doentias. O assunto tratado no filme parece realmente ser fora do contexto do repetitivo e de temas batidos que tanto vemos em suspenses. Os crimes são cometido e acobertados pelas mesmas pessoas, que só se interessam pela emoção de matar de formas não convencionais e quase impossíveis de serem desvendadas. Assim eles colocam seus talentos à prova em um jogo de consequências perigosas. O maior problema do filme é que ele tenta chocar demais, com personagens problemáticos em excesso. Em uma mesma turma vemos viciados em drogas, assassinos, lésbicas, psicopatas e sádicos. Tudo de uma só vez, o que deixa o grupo muito doentio para manter uma relação saudável com o resto dos personagens e também com o resto do mundo, já que eles trabalham em um hospital.
Basicamente toda a história fala dos crimes que cada um comete e as formas que eles foram cometidos. O protagonista Ted, mantém um relacionamento com Gwen, que é filha de um influente contribuinte da faculdade e por isso mantém suas regalias. Gwen tem papel fundamental do desfecho da trama, mas a maior parte do tempo Ted se envolve com uma colega de trabalho que, além de bissexual, mantém um relacionamento com mais dois de seus colegas, um homem e uma mulher.
Apesar de interessante, o filme trata sempre do mesmo assunto, não explanando muito os acontecimentos nem a trama. Mesmo assim ele é divertido de assistir. O palco da história é o necrotério de um hospital, e também é onde se concentra a maior parte da movimentação da trama.
O final do filme tenta ser surpreendente e empolgante, mas acaba desapontando um pouco por causa da falta de exploração da cena. O filme simplesmente acaba no meio de seu ápice, deixando a sensação de que faltou um final mais conveniente. Também é bastante previsível na maioria do tempo, mas mesmo assim ainda vale a pena ser assistido.


Nota: 6,5

domingo, 7 de junho de 2009

O Escafandro e a Borboleta

O Escafandro e a Borboleta
(Le Scaphandre et le Papillon, 2007)


Direção: Julian Schnabel
Gênero: Drama
Duração: 112 minutos
Elenco: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Max von Sydow, Anne Consigny.



Sinopse:

Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby. Prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes 2007.

Análise:

Realmente uma obra de arte do cinema. Um filme com muita personalidade e sutilidade, que trata de um problema sério, provando uma superação praticamente impossível, através da arte.
A história de Jean-Dominique Bauby é extremamente emocionante. Um homem que sempre teve uma vida movimentada e cheia de energia. Muitas viagens, esportes e muitas mulheres. Tudo isso interrompido subitamente depois de um ataque vascular cerebral. De uma hora para outra, o personagem acorda em uma cama de hospital respirando por aparelhos e com todos os músculos do corpo paralisados.
Depois de um começo difícil, com uma adaptação lenta e gradativa, onde muitas vezes Bauby não tinha vontade de viver, ele começa a buscar refúgios dentro de sua imaginação. Sem poder movimentar o corpo ou expressar feições, sua única forma de comunicação é através de um sistema de letras desenvolvido por sua fisioterapeuta, no qual ele pisca quando ela dita a letra correta.
O título é uma referência aos dois estados constantes do personagem. O escafandro é o que o prende em seu corpo imóvel e o limita a fazer qualquer movimento. Já a borboleta é a sua imaginação, que pode levá-lo a todos os lugares que ele imaginar como num bater de asas.
O filme é realmente muito belo, singelo e sutil, contando uma grande história de superação em um drama pessoal. Pode não ser adequado para todos, já que é inegável que o filme seja muito parado e repetitivo, atributos necessários para a recuperação do personagem. Mas mesmo assim vale por sua mensagem e forma de expor os fatos.
Baseado em fatos reais, "O Escafandro e a Borboleta" é um conto sobre a vida e as várias maneiras de vivê-la. Um filme muito bom.


Nota: 7,5

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um Ato de Liberdade

Um Ato de Liberdade
(Defiance, 2008)


Direção: Edward Zwick
Gênero: Drama/Ação/Guerra
Duração: 137 minutos
Elenco: Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell, Alexa Davalos, Allan Corduner.



Sinopse:

Tuvia (Daniel Craig), Zus (Liev Schreiber) e Asael Bielski (Jamie Bell) são três irmãos judeus que vivem na Polônia ocupada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Eles decidem enfrentar o inimigo e partem em direção a uma floresta na Bielo-Rússia. Lá, os irmãos Bielski unem-se à resistência soviética e fundam uma vila para proteger 1.200 judeus.

Análise:

Baseado em fatos reais, "Um Ato de Liberdade" conta de maneira empolgante a história de três irmãos que fundaram um pelotão de resistência contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Formado só por judeus, o gruop liderado por Tuvia (Daniel Craig) passa por inúmeras dificuldades, sem contar que não parava de crescer com a chegada de mais fugitivos, mesmo que fossem crianças, doentes ou idosos, chegando a beira de fugir ao controle.
A história é contada de uma maneira diferente do habitual. Não fica presa aos massacres vividos pelos judeus na época, e sim a formação do grupo de resistência, sua manutenção e função, deixando o filme com uma dramaticidade imponente.
A história dos irmãos Bielski é cheia de discussões e desentendimentos. Com temperamentos diferentes, Tuvia e Zus, os dois mais velhos, acabam se separando no andamento da história, já que um queria proteger seu povo e os levar para um local seguro, enquanto o outro queria vingança contra os nazistas e começar um enfrentamento armado. Através dessas diferenças, os dois proporcionam momentos de grande tensão no filme.
O clima de auto-tortura que a falta de comida e a insegurança frequente deixam nos personagens, dificulta ainda mais o modo de liderar o grupo de pessoas, que passa a não saber ao certo se estão se protegendo ou se matando, colocando em pauta, por diversas vezes, a liderança de Tuvia.
O filme possui uma veia dramática muito boa, unida a uma ação na medida certa e uma história real, o que faz de "Um Ato de Liberdade" um grande filme.


Nota: 8,5

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cativeiro

Cativeiro
(Captivity, 2007)


Direção: Roland Joffé
Gênero: Suspense/Terror
Duração: 96 minutos
Elenco: Elisha Cuthbert, Daniel Gillies, Pruitt Taylor Vince, Michael Harney.



Sinopse:

Ficar presa em uma cela sem saber onde está nem porque foi presa. É assim que acorda Jennifer, a bela e conhecida top model. Assustada com a situação, ela tenta descobrir o que está acontecendo. O clima é apavorante. Aos poucos se revela que Jennifer não está sozinha. Na sala ao lado um rapaz também luta desesperado pata ver a luz do sol. Os dois somam forças, mas em vão. O local é um bunquer de concreto repleto de armadilhas mortais e cada erro pode custar uma vida.

Análise:

A cada filme que assisto com Elisha Cuthbert, descubro que ela não tem muito mais a oferecer além de sua beleza. Depois de "A Casa de Cera" e mais alguns filmes de baixa divulgação, "Cativeiro" mantém a mesma linha de suspense, mas sem conseguir alçar grandes voos.
O filme começa já dentro do cativeiro, uma casa com paredes de concreto cru em todos os cantos, com câmeras espalhadas e pouca iluminação. Desta maneira os personagens começam com uma apresentação superficial, apenas por imagens e dedução. O clima dentro do cativeiro é de agonia. O sequestrador é muito sádico e misterioso, ficando escondido até quase o fim do filme.
Após um tempo de cárcere, Jennifer (Elisha Cuthbert) descobre que não está sozinha. Em uma cela ao lado está Gary (Daniel Gillies), um outro sequestrado que sofre o mesmo que a modelo. Com o desenrolar da história os dois vão se conhecendo melhor e criando um relacionamento quase de auto-ajuda. Mas as coisas fogem um pouco da realidade quando a modelo, que é uma celebridade internacional, inicia um relacionamento amoroso com o rapaz dentro do cativeiro. Tudo bem que podemos imaginar que a situação levou a isso, o medo e a solidão. Mas mesmo assim é algo inimaginável diante das condições. Ele é um suposto chofer de carro, pobretão e anônimo, além de toda a situação de cárcere e das câmeras filmando o tempo todo. Mesmo com todos esses poréns, os dois se envolvem e inclusive têm relações sexuais dentro dessa prisão.
O filme acaba sendo muito cansativo, insistindo demais em uma trama boba e sem graça. Os acontecimentos são muito fora da realidade, e falta ligação entre os fatos. Os detetives por exemplo, chegam até a casa do sequestrador sem descobrir nada. Sabem que ele usa aparato digital simplesmente por passarem em frente a uma loja de eletrônicos.
Tudo isso, com o agravante de um final que tenta ser surpreendente mas não consegue, deixa "Cativeiro" ainda mais dispensável e fraco.


Nota: 4,0

Velozes e Furiosos 4

Velozes e Furiosos 4
(Fast & Furious, 2009)


Direção: Justin Lin
Gênero: Ação
Duração: 107 minutos
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, John Ortiz.



Sinopse:

Quando um crime traz de volta a L.A o fugitivo e ex-condenado Dom Toretto, o grupo retoma suas ações juntamente com o agente Brian O’Conner. Mas, ao serem forçados a compartilhar um inimigo, Dom e Brian devem dar um ao outro uma certa confiança. Assim os dois homens vão achar o melhor caminho para sua vingança: puxar até o limite o que é possível fazer sobre rodas.

Análise:

Depois de tantas decepções nas continuações da série "Velozes e Furiosos", os produtores resolveram reunir novamente o elenco original do primeiro filme, na tentativa de reerguer o sucesso do primeiro filme. Mas não foi bem assim. É claro que este quarto filme é bem melhor que o segundo e o terceiro, que nada tinham a oferecer além de corridas ruins com carros estranhos e trama alguma. "Velozes e Furiosos 4" continua fraco na trama, mas a volta do elenco e uma caprichada a mais na história o deixam um pouco melhor que os dois últimos filmes da série.
Seu início é bem movimentado, com a tradicional cena de roubo de carga, só que dessa vez é gasolina. Dispensa qualquer tipo de apresentação dos personagens, contando que os expectadores já os conheçam do primeiro filme. Por enquanto tudo bem, mas os grandes defeitos na trama desta ação são as indefinições dos personagens. Falta uma ligação entre a última história e essa. No final do primeiro filme o policial O´Conner é perdoado por Dom e sua irmã pela traição, já neste atual, eles começam em clima de guerra absoluta. Os antigos amigos estão em hostilidade máxima, e a irmã de Dominic, Mia, que era namorada de O´Conner agora conserva um rancor do mesmo por ter sido abandonada. Todos esses acontecimentos no intervalo entre os filmes não têm a mínima explanação, simplesmente são lançados no ar.
Mas tudo isso passa de uma hora para a outra sem nenhum motivo aparente, e os dois corredores voltam a ser grandes amigos, além de O´Conner e Mia se agarrarem novamente na pia da cozinha.
Tirando esses pequenos detalhes, a ação é realmente intensa, com muitas corridas, perseguições e tiroteios, mas com um toque de excessos e uma nítida influência de jogos de corrida atuais como "Need for Speed". As corridas agora vão desde o meio do trânsito até túneis escondidos e muito estreitos. Mesmo assim a diversão é garantida para os amantes de carros. Para quem não vai aos postos Ipiranga, e consequentemente não é apaixonado por carro, o filme não é tão bom assim. Por isso não me empolguei tanto.
Vale a pena assistir pelo nível de ação, mas lembre-se que ela se concentra quase toda em perseguições de carros.


Nota: 6,5

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Alien Autopsy

Alien Autopsy
(Alien Autopsy, 2006)


Direção: Johnny Campbell
Gênero: Comédia
Duração: 110 minutos
Elenco: Declan Donnelly, Ant McPartlin, Bill Pullman, Harry Dean Stanton, Omid Djalili, Jimmy Carr.



Sinopse:

Dois amigos que rodavam os Estados Unidos para comprarem antigos filmes do rei Elvis Presley acabam descobrindo por sorte o filme da maior revelação da humanidade. Uma autópsia em um alienígena feita em 1976. Após se envolverem com um mafioso húngaro para conseguirem o dinheiro e comprar a fita, eles acabam a destruindo por acidente. Depois disso, para salvarem a própria pele, eles decidem refilmar a cena, que acaba fugindo do controle de todos e virando a principal matéria em todos os noticiários do mundo.

Análise:

Quem não se lembra dos vídeos desta autópsia que passavam sem parar no Jornal Nacional ou no Fantástico? Me recordo plenamente desses dias de 1995, e confesso que fui um dos que acreditou completamente na autenticidade do vídeo, e fiquei até um pouco transtornado com as cenas. "Alien Autopsy" conta exatamente como surgiu a ideia de filmar uma autópsia falsa dentro de casa, que acabou com uma febre em todos os tele-jornais do mundo.
Apesar de não tão recente, este filme consegue cultivar um humor interno bastante interessante. Não é daqueles filmes de morrer de rir, nem mesmo de rir. É uma comédia com fundo verídico, apenas tirando sarro de todos que julgaram verdadeira essa obra amadora de dois amigos ingleses. Mas tudo de maneira indireta e divertida.
A história tem como plano de fundo a conversa dos dois com um grande produtor de documentários, debatendo a possibilidade de encontrarem agora o verdadeiro filme. Mas é mesmo o processo de encontro, destruição do filme original e criação de uma cópia que faz o filme valer a pena. Sem contar que foi bastante interessante descobrir, mesmo que de maneira exagerada e humorística, como foi realizado o maior trambique da história da televisão.
As confusões em que os amigos se metem para conseguir elaborar o filme, sua fama repentina e suas diferenças de temperamento e personalidade ainda deixam o longa mais divertido. É claro que nem tudo exposto nas cenas é verdadeiro. Não necessariamente foi assim que aconteceu. Mas só ter uma ideia de como foi, e como fomos enganados de maneira tão real, deixa toda a trama muito atraente.
Baseado numa história real, o filme ainda deixa dúvidas sobre a veracidade do filme original, que para os dois amigos, realmente existiu.


Nota: 7,0

O Dia em Que a Terra Parou

O Dia em Que a Terra Parou
(The Day The Earth Stood Still, 2008)


Direção: Scott Derrickson
Gênero: Ficção
Duração: 103 minutos
Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, John Cleese, Jaden Smith.



Sinopse:

Um alienígena, Klaatu (Keanu Reeves), chega à Terra acompanhado do robô Gort em missão de paz. Os dois tentam alertar os governantes do planeta sobre o perigo de viver em contínuo estado de guerra, o que pode causar sua destruição total. Mas, apesar das boas intenções, Klaatu é visto como inimigo. Refilmagem do clássico de 1951.

Análise:

Este filme lembra bastante "Guerra dos Mundos", que também é uma refilmagem de um clássico do passado. Mas mesmo lembrando bem, "O Dia em Que a Terra Parou" é bastante inferior ao seu semelhante.
Não sou do tipo de pessoa que acha os clássicos do cinema maravilhosos e muito melhores que suas refilmagens só por serem clássicos. E por isso não cultivo nem um tipo de preconceito contra as mesmas, que geralmente são tão detonadas pela crítica. Algumas são boas, outras não, simplesmente isso. Nunca assisti o original deste longa, mas se o remake é fiel a história original, tenho certeza de que ambas não são grandes coisas.
Falando especificamente deste filme de 2008, poucos são os pontos positivos que podemos reparar. Os efeitos especiais são bons, algumas partes da história são tensas e interessantes, o objetivo dos extra-terrestres refazendo uma espécie de Arca de Noé também é bem aceito. Mas daí pra frente o filme não tem muito a oferecer.
A trama não é das melhores, e também nada convincente. Em meio a tantos filmes de alienígenas, este é um dos menos atraentes. Um extra-terrestre com aparência humana não tem a menor graça, e perde toda a tensão em cima de sua imagem misteriosa e imprevisível. Imensas bolas de luz espalhadas pelo mundo, simplesmente para coletar espécies de animais, também não são de se impressionar. O filho da protagonista é um dos pirralhos mais chatos que eu já vi na vida (compete de igual para igual com a garotinha de Guerra dos Mundos), e um alienígena completamente maleável e persuadido também acaba com a imagem de mistério dos seres de outro planeta. Isso tudo sem contar com o tradicional clichê da esfera chegar bem dentro do Central Park em Nova Iorque.
A ideia do fim do mundo pelas mãos de seres desconhecidos fica completamente sem graça quando os responsáveis pela destruição são apenas insetos feitos de algum tipo de metal surgidos do corpo de um sentinela gigante que mais parece o Jiban.
Resumindo, o filme é uma super produção, como muitos efeitos especiais e uma história aparentemente interessante. Mas no fim das contas decepciona bastante, não pelas cenas, mas pelas atitudes dos personagens. Vou ficar eternamente indignado pelos extra-terrestres terem poupado a vida do "muleque" chato.


Nota: 6,0

terça-feira, 2 de junho de 2009

Rebobine, Por Favor

Rebobine, Por Favor
(Be Kind Rewind, 2008)


Direção: Michel Gondry
Gênero: Comédia
Duração: 102 minutos
Elenco: Jack Black, Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow, Sigourney Weaver.



Sinopse:

Jerry (Jack Black) trabalha em um ferro-velho e decide sabotar a usina elétrica da cidade, pois acha que ela está derretendo seu cérebro. No entanto, seu plano dá errado e ele acaba sendo magnetizado. Assim, quando vai procurar ajuda na locadora de vídeo onde seu melhor amigo trabalha, Jerry destrói todos os filmes disponíveis. Para não perderem uma leal cliente da loja, uma senhora idosa com sinais de demência, os dois decidem recriar diversos dos filmes destruídos, como O Rei Leão, De Volta Para o Futuro, Os Caça-Fantasmas e RoboCop.

Análise:

Este é um filme que mistura diversos tipos de humor, desde o mais pastelão ao mais dramático. Talvez por isso eu tenha gostado tanto do filme, mesmo com seu modo nada realista de ser, e com sua trama exagerada e incomum.
O personagem de Jack Black, Jerry, é um completo demente, que trabalha num ferro-velho e tem as ideias mais malucas possíveis. Dentre seus trabalhos mais insólitos estão canos de descarga para carros maiores que os próprios carros e pichações bizarras nas paredes da vizinhança.
Quando ele cisma que uma usina elétrica está derretendo seu cérebro, não pensa duas vezes até decidir destruir o maquinário da mesma. O que ele não contava é que seu plano daria errado e ele tomaria um choque enorme. Este choque o deixa magnetizado, como um grande imã, e ele acaba destruindo todas as fitas da locadora onde seu melhor amigo trabalha.
A partir daí o filme se torna ainda mais fora do normal. Quando os amigos resolvem refilmar alguns dos filme que os clientes querem, eles acabam fazendo um sucesso inesperado na vizinhança, e filmando cada vez mais filmes.
Essas filmagens são responsáveis pelas cenas mais divertidas do filme, com a forma Jack Black de fazer comédia, com aquele jeitão atrapalhado e meio retardado. É só imaginar um "Caça-Fantasmas" improvisado ou um "A Hora do Rush" feito em um playground. As locações inclusive são um show à parte nos filmes que os amigos produzem.
Além de tentarem refilmar os Vhs destruídos, o dono da locadora ainda tenta com todas as forças salvar sua loja, que está sendo ameaçada de demolição por causa de um grande imóvel que será construído naquela esquina.
Com um final tocante e dramático, o filme surpreende por sua simplicidade, misturada a falta de noção completa da história e de alguns dos personagens. O que deixa o filme bem divertido. Por isso vale a pena assistir este novo longa de Jack Black, com um toque de amadorismo e um fundo dramático, que acaba como uma comédia interessante.


Nota: 7,5

A Lista - Você Está Livre Hoje?

A Lista - Você Está Livre Hoje?
(Deception, 2008)


Direção: Marcel Langenegger
Gênero: Suspense
Duração: 108 minutos
Elenco: Ewan McGregor, Hugh Jackman, Michelle Williams, Natasha Henstridge.



Sinopse:

O contador Jonathan Messer (Ewan McGregor) é um rapaz solitário, até conhecer o Wyatt Bose (Hugh Jackman), que o encoraja a entrar numa rede de sexo anônimo, na qual lindas garotas estão apenas a um telefonema de distância. Jonathan conhece uma garota com quem cria uma forte ligação, mas logo descobre que os motivos da aproximação de Wyatt são muito mais sinistros do que parecem.

Análise:

"A Lista" é um filme que deu certo e errado ao mesmo tempo. Começa muito bem, mostrando um suspense psicológico de qualidade e bastante funcional, mas quando chega o momento mais crucial do filme ele simplesmente põe tudo a perder com um desfecho muito fraco.
Ao menos posso dizer que este não é um filme previsível, em certas partes até acertamos alguns palpites sobre os personagens ou de que lado eles estão, mas quando uma coisa parece ser algo, ela simplesmente não é.
A mudança repentina no estilo de vida de Jonathan (Ewan McGregor) o deixa vislumbrado. Um rapaz contido e muito tímido que se vê caído de para-quedas em um clube de sexo anônimo. Dependendo apenas de uma ligação para conhecer mulheres que ele nunca sonhava antes, sua vida parece estar em uma grande mudança. Até que ele comete o erro de se apaixonar por uma das mulheres do clube, quebrando todas as regras e se metendo em problemas maiores do que ele poderia lidar.
O suspense predomina no filme por quase todo o tempo. Geralmente com muita qualidade, em uma trama bem elaborada e suntuosa a principio. "A Lista" tinha tudo para ser um grande filme, mas acaba com sua grandiosidade no final, quando muitas aparições absurdas resolvem acontecer. Várias questões ficam vagas e sem respostas, como por exemplo a questão do passaporte falsificado que um simples qualquer, no caso o contador Jonathan, consegue tirar para viajar para a Espanha e ainda sacar vinte milhões de dólares. Além disso, o filme ainda fecha com uma cena completamente fora da realidade, indo contra toda a história do filme simplesmente para ter um final feliz.
Analisando de forma direta, o filme é muito bom durante quase todo o tempo, mas seu desfecho põe tudo a perder e deixa uma última impressão péssima de "A Lista". Mesmo assim continua sendo um bom filme.


Nota: 6,0

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Recém Chegada

Recém Chegada
(New In Town, 2009)


Direção: Jonas Elmer
Gênero: Comédia
Duração: 97 minutos
Elenco: Renée Zellweger, Harry Connick Jr., Siobhan Fallon Hogan, J.K. Simmons, Mike O'Brien, Frances Conroy, James Durham.



Sinopse:

Lucy Hill (Renée Zellweger) é uma bem-sucedida executiva que adora seu glamuroso estilo de vida em Miami. No entanto, ela é transferida para a filial da empresa onde trabalha que fica numa pequena cidade em Minnesota. Depois de superar uma gelada recepção da população local, estradas congeladas e um tempo extremamente frio, ela busca de toda a forma se adaptar junto a essa nova realidade. Especialmente quando a salvação da pequena cidade está em suas mãos.

Análise:

Mais um filme que tenta ser engraçado e não consegue. O retorno de Renée Zellweger a filmes de comédia não poderia ser pior. Desde a série "O Diário de Bridget Jones", onde a atriz ficou realmente famosa por seus papéis em comédia, que ela não rende mais boas histórias no gênero. Resta saber se a culpa é da atuação da atriz ou das suas más escolhas nos filmes que participa.
"Recém Chegada" é completamente comédia água com açucar, com um fundo romântico bastante mal elaborado. Lucy Hill, a protagonista do filme, sai de Miami para comandar uma fábrica de alimentos falida em uma cidade muito gelada. As tentativas de fazer comédia giram, principalmente, em torno de sua adaptação climática, além de suas gafes com o povoado e com os parceiros de negócios. Sua forma de lidar com as pessoas do lugar, que são muito humildes e familiares entre si, não funciona muito bem, e ela começa com o pé esquerdo seus relacionamentos pessoais.
Como é de se esperar, com o andar da história ela acaba se envolvendo com as pessoas, e criando grandes amizades e paixões, mas tudo isso tarde demais. Depois de um tempo se entendendo com os locais, os donos da fábrica em Miami resolvem fechar a empresa, que não estava rendendo o suficiente, então Lucy e seus novos amigos tentam de tudo para impedir que isso aconteça.
A trama do filme é bem ruim, e o romance morno entre a protagonista e um morador da cidade não convencem nem um pouco. Além de muitos clichês e cenas dispensáveis. Os produtores provavelmente apostaram no talento da atriz principal, mas ninguém faz milagre.


Nota: 5,5