quinta-feira, 30 de abril de 2009

Segurando as Pontas

Segurando as Pontas
(Pineapple Express, 2008)


Direção: David Gordon Green
Gênero: Comédia
Duração: 115 minutos
Elenco: Seth Rogen, James Franco, Danny R. McBride, Kevin Corrigan, Gary Cole, Bill Hader.



Sinopse:

O preguiçoso e maconheiro Dale Denton (Seth Rogen) só tem um motivo para visitar seu traficante Saul Silver (James Franco), igualmente preguiçoso: comprar maconha, mais especificamente, um novo tipo, chamado Pineapple Express. Mas quando Dale passa a ser a única testemunha de um assassinato cometido por uma policial desonesta e o chefe do tráfico mais perigoso da cidade, ele entra em pânico e deixa sua "bituca" de Pineapple Express na cena do crime. Dale agora tem outra razão para visitar Saul: descobrir se a erva é tão rara a ponto de ser rastreada e levar até ele.

Análise:

Sinceramente eu acho que até os chapadões devem penar pra conseguir achar graça de Segurando as Pontas. O filme é uma das piores comédias que eu já vi. Sem contar que a história do filme é igualmente terrível. O ator Seth Rogen se meteu realmente em uma roubada, logo depois de atuar em filmes divertidos como O Virgem de Quarenta Anos e Pagando Bem Que Mal Tem.
Bom, o filme trabalha com o tema da maconha, que não é um tema muito fácil de retratar nas telas hoje em dia, ainda mais quando os personagens principais são usuários dela, e a maconha é praticamente a protagonista da trama. Mesmo assim a forma com que o filme lida com isso foi extremamente mediana, levando a limites do besteirol escrachado.
Um dos maiores problemas do filme, além da falta de graça, é que ele é muito extenso para um filme parado, e no final, quando as cenas de ação que deveriam ser engraçadas entram, o expectador já está meio sem paciência e louco pra terminar o filme.
Nem vou extender muito meus comentários. Pra finalizar, Segurando as Pontas é um filme mediano quase ruim, que não consegue arrancar risadas e ainda se excede em duração. Isto sem contar com a maneira besteirol de relacionar a maconha e o seu uso com o tema do filme.


Nota: 5,5

O Procurado

O Procurado
(Wanted, 2008)


Direção: Timur Bekmambetov
Gênero: Ação
Duração: 110 minutos
Elenco: Angelina Jolie, Morgan Freeman, James McAvoy, Terence Stamp, Thomas Kretschmann.



Sinopse:

O fracassado Wesley Gibson (James McAvoy), após a morte do pai, misteriosamente assassinado, descobre que possui poderes muito além de sua imaginação. Ele se torna o mais novo recruta de uma sociedade secreta de assassinos e é treinado para ocupar o lugar de seu falecido pai.

Análise:

O Procurado é um típico filme que ainda vai passar na Tela Quente, e volto a reforçar que eu não tenho nada contra esses filmes, com certeza têm seus méritos também. O único problema desse tipo de filme é que eles pecam pelo exagero. Exagero de explosões, de tiros, de saltos ornamentais, de dublês e coisas assim.
Com excessão de Mandando Bala, que, pra mim, é o eterno campeão dos exageros, O Procurado fica logo ali na disputa da medalha de prata.
A história de um jovem mal sucedido na vida, sem ambições e sem família, que descobre que é filho de um dos maiores assassinos da história e acabou de herdar todo o dinheiro do pai. Dentro deste prisma se passa a trama a princípio. Um clã de assassinos o adota para tranformá-lo no novo maior assassino de todos. Seu treinamento garante a maior parte do filme e as cenas mais divertidas. Mas o ponto crucial do filme está além de seu treinamento, mas isso não posso revelar. Vou falar um pouco dos exageros então, pois assim, se você é o tipo de pessoa que fica criticando excessos todo o tempo já desiste de assistí-lo.
Caronas em cima de um trem-bala, tiros de absoluta longa distância e às escuras, balas recapeadas que vão se modificando com a distância percorrida, e o mais impressionante, tiros a la arremessador de baseball, que curvam a bala no ar. Só pra explicar um pouco melhor; tiros que fazem uma curva capaz de matar quem está atrás de uma pessoa sem ferir a da frente. Realmente complicado comentar.
Mas tudo isso faz parte de um filme de ação que um dia irá passar na Tela Quente, e mesmo assim ele continua sendo um bom filme, divertido e com efeitos especiais e visuais muito legais.
Vale a pena conferir O Procurado.


Nota: 7,5

Incendiária

Incendiária
(Incendiary, 2008)


Direção: Sharon Maguire
Gênero: Drama
Duração: 96 minutos
Elenco: Michelle Williams, Ewan McGregor, Matthew Macfadyen, Sidney Johnston.



Sinopse:

Uma mulher confusa e em crise em seu casamento se envolve em um romance com um jornalista local e bem sucedido. Em uma tarde, durante um dos seus encontros secretos enquanto seu marido e seu filho foram a um jogo de futebol, um terrível atentado terrorista muda o rumo de sua vida para sempre, deixando-a com uma mistura de crise pessoal e culpa por sua infidelidade.

Análise:

Incendiária é um tipo de filme que ninguém dá nada a princípio. Pouca divulgação, nenhum prêmio e um pouco apagado diante de tantas super produções. Porém, se engana quem acha que Incendiária é um filme fraco, muito pelo contrário.
Um mulher confusa, sem saber ao certo o que é melhor para sua vida, tendo a única certeza de que seu filho é sua única preciosidade. Envolvida em um caso proibido com um jornalista local, ela se afasta um pouco de seu marido e desperta desejos e sensações ocultos em seu íntimo. Mas o grande detalhe do filme, é que quando todos imaginamos que se trata de um filme sobre traição, descobrimos que ele vai bem além deste tema.
Um atentado terrorista tira as vidas de seu marido e filho, enquanto ela se envolvia em mais uma escapada.
Daí pra frente o filme se torna grandioso, lidando com o sentimento de culpa da personagem, a forma como sua vida continua, seus futuros envolvimentos e segredos ocultos de alguns personagens que podem ditar o propósito dos acontecimentos.
Um drama muito bom, que lida com sentimentos humanos ao limite, deixando sensações de alucinação e confusão interna. Mas com uma mensagem muito bonita de reconstrução e retomada de uma vida praticamente destruída. Tudo isso bordado por uma carta que a personagem escreveu a Osama Bin Laden após o atentado.


Nota: 8,5

Ensaio Sobre a Cegueira

Ensaio Sobre a Cegueira
(Blindness, 2008)


Direção: Fernando Meirelles
Gênero: Drama
Duração: 120 minutos
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover, Alice Braga, Gael García Bernal, Yusuke Iseya.



Sinopse:

Baseado no romance do português vencedor do Prêmio Nobel José Saramago. A mulher de um médico torna-se a única a conseguir enxergar em uma cidade onde todos passaram a ser cegos repentinamente. A desordem toma conta do local enquanto ela tenta cuidar de seu marido e de um grupo de pessoas que criam uma nova família. Colocados em quarentena juntos com outras diversas pessoas com diversas intenções, muitas atitudes difíceis terão de ser tomadas para enfrentar uma vida fora dos padrões de qualquer um deles.

Análise:

Já imaginou como seria sua vida se você ficasse cego repentinamente? Pois é exatamente o que acontece nesse filme. Uma epidemia de cegueira se alastra pela cidade, deixando cada vez mais cidadãos sem enxergar em um estalo de dedos.
Tentando combater esse mal, o Ministério da Defesa americano coloca todas as pessoas que tiveram este problema em quarentena, para evitar que se alastrasse ainda mais este surto.
Abandonados em um hospital psiquiátrico sujo e inutilizado com o tempo, apenas uma pessoa ainda mantém o dom da visão em meio a todos, e este é o grande contraste da história. A forma como as pessoas lidam com a falta de um sentido tão habitual, em meio a um lugar sujo e com a comida racionada, desperta sentimentos e impulsos anormais em cada um dos personagens. Conflitos humanos, união, amizade e traição são colocados a prova em meio a uma situação caótica em que eles se encontram.
Ensaio Sobre a Cegueira, em meu ponto de vista, é um filme que trata sobre o como enxergamos ou queremos enxergar o exterior, como vemos o mundo ou um ao outro. Desta maneira, quando todos estamos cegos para tudo, as pessoas se tornam realmente frágeis e sensíveis, com as mesmas necessidades, tornando-as todas iguais por fim.
Este é um bom filme, apesar de não fazer justiça a qualidade do livro em que foi baseado. Com muitas cenas frias, com falta de emoções, uma das qualidades foi mantida, nenhum dos personagens tem seu nome citado no filme, assim como no livro. Vale a pena conferir, mas sem esperar muita coisa.


Nota: 7,5

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Caçador de Pipas

O Caçador de Pipas
(Kite Runner, 2007)


Direção: Marc Forster
Gênero: Drama
Duração: 125 minutos
Elenco: Khalid Abdalla, Atossa Leoni, Shaun Toub, Zekeria Ebrahimi, Ahmad Khan Mahmidzada.



Sinopse:

Em um país dividido e à beira da guerra, dois amigos de infância, Amir e Hassan, estão prestes a se separarem para sempre. É uma gloriosa tarde em Kabul e os céus explodem com a alegria contagiante de um torneio de pipas. Mas, depois da vitória daquele dia, um terrível ato de traição de um menino irá marcar suas vidas para sempre e dar início a uma busca épica pela redenção. Agora, depois de viver nos Estados Unidos durante 20 anos, Amir volta para um perigoso Afeganistão, sob o governo mão de ferro do Talibã, para enfrentar os segredos que ainda o assombram e aproveitar a única e última ousada chance que tem para consertar as coisas.

Análise:

A princípio eu esperava um pouco mais do filme, principalmente por se basear em um best-seller. Mas mesmo eu não tendo achado o filme tudo que ele poderia ser ele continua sendo muito bom.
A forma de recriar as situações do livro com exatidão ajudam a deixar O Caçador de Pipas atrativo, com uma história bonita e emocionante, sem contar com as situações de vidas complexas e difíceis de lidar em meio a um país como o Afeganistão.
Como eu já havia dito, a trama têm seus méritos, contando uma história de amizade, rompimento e redenção. Também o retrato de um país destruído pela guerra e pelo terrorismo é recriado com fidelidade, mostrando as diferenças do país no passado e no presente.
As adversidades culturais e religiosas, conflitos internos e pessoais, tradições e costumes, tudo isso é mostrado de forma nítida, nos fazendo entender, nem que seja um pouco, da vida complicada dos moradores do Afeganistão.
Também a retratação dos sentimentos de uma criança diante de um acontecimento tão traumático é tratado durante o filme, identificando o como é difícil, confuso, e muitas vezes cruel a forma como uma criança lida com a culpa, vergonha e medo.
Mais uma vez digo que o filme não foi tudo que eu esperava, mas mesmo assim vale a pena assistir O Caçador de Pipas.


Nota: 8,0

terça-feira, 28 de abril de 2009

Colegiais em Apuros

Colegiais em Apuros
(College, 2008)


Direção: Deb Hagan
Gênero: Comédia
Duração: 94 minutos
Elenco: Drake Bell, Andrew Caldwell, Andree Moss, Carolyn Moss, Wendy Talley, Alona Tal.



Sinopse:

Três garotos, Kevin (Drake Bell), Carter (Andrew Caldwell) e Morris (Kevin Covais), estão no último ano do colégio e decidem visitar a Universidade em que vão estudar. Ao chegar no local tentam se enturmar com os veteranos e querem ir às festas junto com eles, mas para entrar no grupo deles, são obrigados a passar por várias provas. Até que eles conhecem Haley Bennett, Camille Mana e Natalie Walker, as garotas mais velhas por quem se apaixonam, o que traz grandes problemas para eles. Os mais velhos humilham ainda mais eles e os chantageam, ameaçando-os de revelar a idades deles para as veteranas. Mas os meninos não deixam isso barato e querem se vingar. O que era para ser um terrível final de semana se torna inesquecível.

Análise:

Colegiais em Apuros é daqueles típicos filmes de faculdades americanas. Com festas, bebedeira, mulherada e muita farra. Um filme que apostou em um elenco bastante desconhecido, mas que não teve tantos problemas com isso, já que este tipo de filme não exige nenhuma atuação dramática ou com maiores complicações para o ator.
Têm lá suas partes engraçadas, mas fica devendo muito em uma novidade na história ou algo para prender melhor o expectador, já que ele repete o mesmo roteiro de milhares de filmes sobre este tema.
O filme conta a história de três garotos um pouco diferentes. Um, muito estudioso e preocupado com notas e seus pais, mas que quer muito uma vida emocionante e estar em meio a mulheres. Outro mais regrado, mas que leva uma vida sem emoção e acabou de tomar um fora da namorada exatamente por levar a vida muito sem sal. Já o terceiro é o completo sem noção (como sempre o gordinho da história é o mais sem noção).
Esta aventura dos três colegiais em um mundo de universidade lhes traz divertidas histórias, mas peca em um humor exageradamente escrachado, deixando o filme muitas vezes bobo demais.


Nota: 6,5

A Troca

A Troca
(Changeling, 2008)


Direção: Clint Eastwood
Gênero: Drama
Duração: 141 minutos
Elenco: Angelina Jolie, John Malkovich, Colm Feore, Amy Ryan, Jeffrey Donovan, Michael Kelly.



Sinopse:

Los Angeles, 1928. Em uma bela manhã de sábado, a mãe solteira Christine Collins (Angelina Jolie) se despede do filho de nove anos, Walter, e sai para trabalhar. Quando ela volta, se depara com o pior pesadelo de uma mãe: seu filho desapareceu. Uma busca exaustiva e infrutífera tem início, até que, cinco meses depois, uma criança é trazida pela polícia, ávida em tirar proveito de um suposto reencontro. Atordoada pela quantidade de policiais, jornalistas e fotógrafos presentes e por suas próprias emoções, Christine é convencida a levar o menino para casa. Mas no fundo ela sabe que ele não é seu filho.

Análise:

O que se pode esperar de um filme de Clint Eastwood depois de tantas obras magníficas? Mais uma obra magnífica. A Troca é um filme baseado em fatos reais, retratando um ocorrido numa antiga Los Angeles, onde a corrupção e o fracasso contínuo da polícia deixavam a população desconfiada e a imprensa atiçada. Em cima desse conceito a história começa a se construir.
Em uma tentativa de reavivar a imagem positiva da polícia, o chefe geral entrega um falso filho desaparecido há mais de cinco meses, a uma mãe atordoada, que se deixa confundir por seus sentimentos abalados e põe seu próprio sentimento materno em xeque.
Mas o fato de ela sempre ter na cabeça que aquele garoto não era seu filho a faz continuar em frente na busca de seu verdadeiro filho, enfrentando a opinião pública, a polícia e todos a sua volta.
Uma atuação brilhante de Angelina Jolie, que provavelmente teve de se esforçar muito para reviver momentos de verdadeira agonia e sofrimento em sua jornada contra os órgãos públicos da cidade de Los Angeles, sendo taxada como mãe desnaturada, louca e outros adjetivos não tão bons.
O filme é um pouco grande, com mais de duas horas de duração. Mas isso não afeta o interesse pela trama, que com o andar da carruagem se torna além de um drama pelo busca de um filho desaparecido, um filme de tribunal, entre outros temas abordados.
A Troca é um filme grande em duração, mas também em qualidades. Nem todo mundo deve gostar, por ser um filme que exige muita atenção, além de ser de época, o que não agrada a todos, mas com certeza vale a pena arriscar. Em minha opinião um filme muito bom.


Nota: 8,5

Wall-E

Wall-E
(Wall-E, 2008)


Direção: Andrew Stanton
Gênero: Animação
Duração: 97 minutos
Elenco: Vozes de Sigourney Weaver, John Ratzenberger, Kathy Najimy, Jeff Garlin, Fred Willard.



Sinopse:

Wall-E começa no ano 2700. Nessa época, a Terra não é mais habitada por humanos, que agora vivem a bordo da gigantesca nave Axiom, que orbita ao redor do planeta. A Terra foi transformada pelos humanos, ao longo dos séculos, em um imenso depósito de lixo e se tornou um lugar extremamente tóxico. Os homens ainda tinham a esperança de conseguir limpar nosso mundo quando decidiram contratar uma mega-empresa chamada Buynlarge Corporation. Ela ficou encarregada de limpar a Terra e, para isso, enviou milhares de robôs programados para coletar todo o lixo. Essas máquinas, no entanto, não deram conta da tarefa e começaram a pifar lentamente, até que apenas um robô restou.

Análise:

A grande maioria das animações da Pixar são sinônimos de sucesso. No começo com Toy Story, que depois desencadeou uma série imensa de animações muito competentes e legais de se assistir.
Dessa vez a Pixar acertou de novo, mas acertou ainda mais do que o normal. Pelo menos pra mim, Wall-E é um filme ótimo de assistir. Engraçadinho, bonito e interessante, mostrando um robô esquecido em um mundo vazio a procura de uma companhia para recriar cenas que ele apenas assistiu em um musical que tem guardado.
A idéia de robô com sentimentos aparece de uma maneira diferente em Wall-E, deixando o personagem singelo e cativante, conquistando qualquer expectador. Além de tudo a animação é linda. Muito bem realizada, como qualquer outra produção da Pixar, esta se supera pela história diferente e um personagem muito querido e cativante por sua maneira peculiar de ser. Sem falar muito, ou quase nada pra ser mais exato, o robozinho se reserva a dizer um pequeno acervo de palavras aprendidas, mas os efeitos sonoros substituem bem esse detalhe.
Com um pouco de comédia inserida, Wall-E é uma animação que beira a um filme adulto em sua idéia, mas igualmente interessante para qualquer criança assistir. Então, sendo criança ou não ele é uma ótima pedida.


Nota: 8,0

domingo, 26 de abril de 2009

O Nevoeiro

O Nevoeiro
(The Mist, 2007)


Direção: Frank Darabont
Gênero: Terror/Suspense
Duração: 126 minutos
Elenco: Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Laurie Holden, Andre Braugher, Toby Jones, Chris Owen.



Sinopse:

Após uma terrível tempestade, uma estranha névoa encobre uma pequena cidade. Criaturas ocultas no nevoeiro atacam as pessoas que saem para as ruas. Um grupo fica preso em um supermercado e não pode sair do estabelecimento temendo ser atacado. A partir de então, começa uma luta sangrenta pela sobrevivência deles, e entre eles.

Análise:

Mais um filme baseado numa obra de Stephen King, que quase sempre é uma certeza de bom filme. Este não foge a regra, ou melhor, até foge, pois esse não é um bom filme, e sim um ótimo filme.
Na linha de filmes de terror já há muito tempo não tenho a oportunidade de me surpreender com um grande longa metragem. Este fez seu papel e conquistou a minha opinião de maneira grandiosa.
Sem um elenco de peso, como já é tradicional nos filmes baseados em obras de Stephen King, O Nevoeiro tem méritos em outros quesitos. Uma trama diferente e curiosa, conflitos humanos frequentes, movimentação da ação adequada e efeitos visuais muito bem feitos marcam um dos filmes mais esperados pelo público brasileiro, que demorou mais de um ano para ser exibido nos cinemas do Brasil após seu lançamento oficial.
Um dos pontos positivos do filme é a multiplicação de tramas e dramas. Além da história mais nítida, em que os personagens estão presos em um supermercado, outros conflitos internos começam a aparecer, pessoas com saúde debilitada precisando de auxílio externo, uma aficcionada por desastres bíblicos fazendo pregações e jogando uns contra os outros e mais alguns detalhes interessantes.
Uma obra surpreendente, bem feita e bem dirigida pra ninguém botar defeito. O Nevoeiro consegue mexer com sentimentos e emoções do expectador, sem se esforçar. E pra finalizar, se prepare para um desfecho realmente chocante e fora do normal. Um ótimo filme para se entregar na frente da televisão ou do cinema.


Nota: 9,0

Quem Quer Ser Um Milionário?

Quem Quer Ser Um Milionário?
(Slumdog Millionaire, 2008)

Direção: Danny Boyle
Gênero: Drama/Romance
Duração: 120 minutos
Elenco: Dev Patel, Anil Kapoor, Saurabh Shukla, Freida Pinto, Irrfan Khan, Azharuddin Mohammed Ismail, Ayush Mahesh Khedekar.




Sinopse:

Jamal Malik (Dev Patel) tem 18 anos, vem de uma família das favelas de Mumbai, Índia, e está prestes a experimentar um dos dias mais importantes de sua vida. Visto pela TV por toda a população, Jamal está a apenas uma pergunta de conquistar o prêmio de 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa Who Wants To Be A Millionaire?. No entanto, no auge do programa, a polícia prende o jovem Jamal por suspeita de trapaça. A questão que paira no ar é: como um rapaz das ruas pode ter tantos conhecimentos? Desesperado para provar sua inocência, Jamal conta a história da sua vida na favela - onde ele e o irmão cresceram -, as aventuras juntos, os enfrentamentos com gangues e traficantes de drogas e até mesmo o amor por uma garota.

Análise:

Um filme genial! Essa é a maneira mais justa de descrever essa obra ousada do diretor Danny Boyle. Muito contestado na Índia em seu processo de filmagem e de exibição a principio, Quem Quer Ser Um Milionário? mostra enfaticamente a pobreza do povo indiano em suas periferias. Jamal Malik, personagem principal da história, é o grande vencedor de um programa de perguntas e respostas. Causando desconfiança sobre os métodos de como sabia todas as respostas, ele é detido por policiais e tem que se explicar na delegacia sob tortura. A partir daí começa a grande jogada do filme. Contar a história de uma vida sofrida e angustiante de Jamal através da maneira como ele sabia as respostas. Cada resposta dada no programa é contada em uma passagem de sua vida.
Por trás desta intrigante trama, está um caso de amor inacabado e interrompido pelo destino entre ele e Latika, que reserva surpresas interessantes para quem está assistindo ao filme.
Ganhador do Oscar de melhor filme de 2008, desbancando o fortíssimo Frost/Nixon, este filme quebra uma série de regras e dogmas da academia, que geralmente premia filmes tipicamente hollywoodianos. Apesar de ter que ressaltar que Quem Quer Ser Um Milionário? teve um pouco de sorte por não concorrer com grandes produções este ano, mas isso sem tirar nenhum mérito do filme, que, pra mim, é muito melhor que qualquer super produção de Hollywood.
Sintetizando, um filme magnífico, bonito, tocante, envolvente, diferente, revoltante, tudo isso ao mesmo tempo. Vale para todos os gostos e opiniões.


Nota: 9,0

Modelos Nada Corretos

Modelos Nada Corretos
(Role Models, 2008)


Direção: David Wain
Gênero: Comédia
Duração: 99 minutos
Elenco: Seann William Scott, Paul Rudd, Elizabeth Banks, Christopher Mintz-Plasse, Bobbie J. Thompson, Jane Lynch.



Sinopse:

Wheeler (Seann William Scott) e Danny Donahue (Paul Rudd) são dois vendedores que, numa noite de intensa bebedeira, estragam o caminhão da empresa onde trabalham. Presos, são condenados a cumprir 150 horas de serviço comunitário num programa social como mentores de jovens. Ao receberem um ultimato da diretora do programa (Jane Lynch), Danny e Wheeler são forçados a serem mentores de Augie (Christopher Mintz-Plasse) e Ronnie (Bobb'e J. Thompson), duas das crianças mais problemáticas do programa.

Análise:

Um filme divertido de se ver, no mínimo. Os dois tipões interpretados pelos protagonistas fazem um contraste de personalidades diferentes. Um, só pensa em bebedeiras e mulheres, enquanto o outro se faz de pobre coitado depois de ter sido abandonado por sua namorado pelo fato de tratar todos mal. Este contraste se torna extremamente divertido quando tem de ser usado para cuidar de duas crianças no mínimo diferentes. Enquanto um tem fobia social, mal conversa com alguém e é viciado em jogos de RPG ao vivo, o outro é um tremendo desbocado e arteiro, que coloca os personagens frequentemente em confusão.
A comédia não tem nada de espetacular, nenhuma novidade ou chamativo extra. Segue a mesma linha tradicional de envolvimento, rompimento e reconciliação, mas tem lá suas qualidades, proporcionando boas risadas.
Modelos Nada Corretos é uma comédia desbocada, portanto nem todo mundo deve agradar de sua história. Uma pessoa mais conservadora e que gosta de um humor mais recatado ou inteligente provavelmente vai achar esse filme terrível, mas pra quem não se importa muito com isso e dá risada de qualquer besteira, e estou falando literalmente de besteiras, pode apostar em Modelos Nada Corretos.
Pra mim, um filme divertido e que vale bem a pena assistir.


Nota: 8,0

sábado, 25 de abril de 2009

O Equilibrista

O Equilibrista
(Man On Wire, 2008)


Diretor: James Marsh
Gênero: Documentário
Duração: 90 minutos
Elenco: Philippe Petit, Annie Allix, Jean-Louis Blondeau, Ardis Campbell, David Forman, Barry Greenhouse.



Sinopse:

Em 7 de agosto de 1974, o jovem francês Philippe Petit andou durante uma hora sobre um cabo de ferro suspenso entre as duas torres do World Trade Center, em Nova York, sem qualquer equipamento ou rede de segurança. Imediatamente depois, foi preso junto com um grupo de cúmplices, com quem planejou o “golpe” em segredo por oito meses. Retomando materiais de arquivo, o filme reencena o engenhoso trabalho do grupo e entrevista todos os envolvidos neste que ficou conhecido como "o crime artístico do século.

Análise:

Nunca fui de assistir muitos documentários, mas quando os assisto geralmente gosto. Com O Equilibrista não foi diferente. Uma remontagem do maior golpe de todos os tempos nesse ramo, que com certeza têm muitos méritos para ser o grande vencedor do Oscar de melhor documentário de 2008.
Posso dizer que pra quem não tem o hábito de assistir documentários, e em alguns casos até os julgam antes de ter uma noção sobre eles, este é uma boa opção para tentar mudar esses conceitos. Primeiro porque a história é tremendamente envolvente e excitante, com um clima de tensão para saber o que vem depois.
O golpe em sí já é emocionante, afinal de contas, não é qualquer um, nem qualquer plano que burla o sistema de segurança de dois dos que foram grandes ícones de uma nação. Entretanto, mais que mostrar a façanha de Philippe Petit e como ela foi elaborada, O Equilibrista retoma, ainda que de maneira implícita, a discussão sobre as Torres Gêmeas. Sua importância, representação cultural e econômica, tudo isso é colocado em pauta nas entrelinhas.
O documentário tem cara de filme de ação, contado através de entrevistas com os próprios realizadores e representações de cenas mais emocionantes. Além, é claro, das cenas reais de várias façanhas do equilibrista francês.
Um ótimo filme para assistir, refletir e quebrar paradigmas sobre os antigos documentários chatos e entediantes. Recomendo com certeza.


Nota: 8,5

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sobre Meninos e Lobos

Sobre Meninos e Lobos
(Mystic River, 2003)


Diretor: Clint Eastwood
Gênero: Drama/Policial
Duração: 137 minutos
Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden, Laura Linney, Emmy Rossum.



Sinopse:

Jimmy (Sean Penn), Dave (Tim Robbins) e Sesan (Kevin Bacon). Amigos que cresceram juntos na classe média de Boston, mas que seguiram caminhos diferentes depois de uma terrível tragédia. Anos depois, eventos brutais fazem com que eles se reencontrem. Katie, a filha adolescente de Jimmy, é brutalmente assassinada. Dave parece ter alguma ligação com o crime. Sean, agora um policial, corre contra o relógio para resolver o crime, antes que Jimmy faça justiça com as próprias mãos. Trabalhando com a adaptação de Brian Helgeland para o romance de Dennis Lehane, o vencedor do Oscar Clint Eastwood molda uma obra-prima, um thriller pensativo, lidando com assuntos como a família, amigos e a inocência perdida.

Análise:

Sem dúvida nenhuma a maior obra de Clint Eastwood como diretor de cinema, este filme não está na minha lista de favoritos a toa. Misturando suspense policial com drama familiar e psicológico, Sobre Meninos e Lobos é uma obra prima do cinema moderno. Definitivamente não tem como deixar de se envolver no drama pessoal da família de Jimmy, que chega a beirar o desequilibrio para desvendar o misterioso assassino de sua filha.
O elenco já fala por sí só, com participações de atores consagrados em atuações perfeitas. Não a toa que Sean Penn venceu o Oscar de melhor ator e Tim Robbins o Oscar de melhor ator coadjuvante por suas atuações em Sobre Meninos e Lobos, que por sua vez, não levou o Oscar de melhor filme, mas em minha opinião, merecia.
A história do filme é espetacular, envolvente e misteriosa, conflitando interesses e vidas de três velhos amigos que passaram por acontecimentos diferentes em suas vidas, guardando medos, revoltas e desconfianças. Um drama familiar e psicológico que vale a pena se entregar para sofrer junto com os personagens e suas histórias de vida.
Sean Penn e Tim Robbins primorosos, definitivamente espetaculares em suas participações em uma das obras mais importantes dos últimos tempos do cinema.


Nota: 9,5

Ataque Terrorista

Ataque Terrorista
(Shoot On Sight, 2007)


Direção: Jag Mundhra
Gênero: Drama
Duração: 112 minutos
Elenco: Naseeruddin Shah, Greta Scacchi, Alex McSweeney, Om Puri, Brian Cox.



Sinopse:

Nascido no Paquistão e casado com uma mulher de origem inglesa, o comandante Tariq é escalado para investigar um assassinato ocorrido no metrô de Londres, onde policiais mataram a tiros um muçulmano suspeito de ser terrorista. Depois que é descoberta a inocência da vítima, Tariq começa a sentir na pele o estigma do sangue paquistanês. Pela comunidade muçulmana, ele passa a ser visto como traidor. Os policiais da corporação onde trabalha, por sua vez, nutrem um ácido preconceito contra ele, gerando grandes obstáculos para encontrarem as respostas.

Análise:

Ataque Terrorista é um bom filme sobre preconceito, em um tema tão recorrente desde o atentado de 11 de setembro. O conglomerado de situações questionáveis tratadas no filme o deixam interessante e reflexivo, e nos faz pensar em até onde o receio e a prevenção são válidos em uma situação tão delicada. Durante as passagens de Ataque Terrorista, o preconceito contra o povo paquistanês e os muçulmanos em geral é o assunto foco, mas as linhas de raciocínio vão além desses limites e questionam este preconceito de várias maneiras, até um certo complexo do próprio povo vitimado, que mantém um sentimento de inferioridade e pré-julgamento de todas as opiniões.
O andamento do filme é meio cansativo, já que, além de bem independente, trata do assunto de uma maneira muito imaginativa, reforçado por apelos culturais e religiosos. De qualquer maneira o filme lida bem com assuntos como guerra santa, grupos de pensamento diferentes dentro da cultura muçulmana, preconceito, e os próprios atentados terroristas em sí.
Um filme para assitir e refletir muito, mas sem grandes emoções e sequências, que é onde ele deixa mais a desejar. Recomendo para quando não houverem outros filmes melhores para assistir.


Nota: 7,0

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Farcry

Farcry
(Farcry, 2008)


Direção: Uwe Boll
Gênero: Ação
Duração: 89 minutos
Elenco: Til Schweiger, Emmanuelle Vaugier, Natalia Avelon, Udo Kier, Michael Paré.



Sinopse:

Baseado no popular videogame de tiro em primeira pessoa, o longa-metragem conta a história de Jack Carver (Til Schweiger), um sujeito que trabalha alugando barcos nas ilhas da Micronésia. O passado de Carver, como ex-soldado de elite durão, vem à tona novamente quando ele recebe a missão de resgatar uma jornalista de uma isolada ilha recheada de soldados desertores. Além dos inimigos bem armados, Carver tem pela frente também criaturas geneticamente alteradas por um cientista louco chamado Dr. Krieger (Udo Kier).

Análise:

Infelizmente tenho de dizer que este filme é uma vergonha para o cinema de games. Farcry é um jogo muito bom, que revolucionou a história de jogos em primeira pessoa, e catastroficamente foi destruído e arruinado neste filme ridículo.
Mais uma vez, com sua obsessão por transformar jogos famosos em filmes, o diretor Uwe Boll acabou com a reputação de um game de ótima qualidade, invertendo papéis, trocando cenários e ridicularizando passagens do jogo.
Falando específicamente do filme Farcry, deixando o jogo de lado, realmente é uma decepção atrás da outra. Imagine que esse é um filme que provavelmente não têm virtudes para passar nem na Tela Quente. A começar pelo elenco, que as vezes nos dá vontade de rir com suas atuações amadoras e sem nenhuma emoção. Só como exemplo, um dos personagens que deveria fazer papel de malvado, tem a cara de caipira bobão, e tenta fazer caretas que chegam a ser hilárias para encarnar o personagem.
Farcry copiou a idéia inicial de Soldado Universal, incluindo na história um general que queria produzir soldados genéticamente modificados para serem invencíveis. Porém, o filme leva essa história tão mal contada que lembra filmes da Sessão da Tarde, com efeitos sonoros baratos, trama muito ruim, e principalmente uma trilha sonora de incomodar os ouvidos de qualquer pessoa de bem ou não.
Pra finalizar, estou tremendamente revoltado por realizarem uma obra cinematografica tão infiel a um dos melhores jogos já feitos, e arrependido de ter perdido meu tempo assistindo um filme de tão baixa qualidade.
Terrível demais.


Nota: 1,0

Vicky Cristina Barcelona

Vicky Cristina Barcelona
(Vicky Cristina Barcelona, 2008)


Direção: Woody Allen
Gênero: Romance/Drama
Duração: 96 minutos
Elenco: Javier Bardem, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Patricia Clarkson, Kevin Dunn, Rebecca Hall.



Sinopse:

Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson), jovens americanas, viajam de férias para Barcelona. Vicky é sensata e está prestes a se casar; Cristina é impulsiva e curte aventuras amorosas. Ao conhecer o sensual pintor Juan Antonio (Javier Bardem) numa galeria, Cristina se sente imediatamente atraída por ele. Seu interesse só aumenta quando fica sabendo que ele tem uma relação intempestiva com a ex-mulher, Maria Elena (Penélope Cruz). Juan convida as duas para um fim de semana na montanha, bebendo e fazendo amor. Vicky fica horrorizada, mas Cristina a persuade de entrar na aventura.

Análise:

Um filme de Woody Allen já fala por sí só, mas um filme dele, com este elenco requer ainda mais atenção e respeito. Penélope Cruz já faturou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por este filme, e merecidamente. O filme não ganhou o prêmio em sua categoria, mas com certeza merece ficar entre os melhores.
Com uma mistura de narrativa imparcial com atuação do elenco, o filme é divertido e contagiante, sem contar com os incríveis cenários de cidades charmosas da Espanha. A história é bem ao estilo de Woody Allen, dando um tom descontraído ao desenrolar, mas sem perder o foco e o interesse pela trama, que quase sempre é muito inteligente.
O triângulo amoroso que se forma no decorrer da história é um exemplo. Contando com três gênios e temperamentos diferentes, o triângulo é um mar de conflitos e situações inusitadas, constrangedoras e divertidas.
Correndo por fora vem o relacionamento pré e pós-casamento de Vicky, que tem seus sentimentos confundidos após um envolvimento rápido com o protagonista.
Uma história realmente muito boa, vale a pena conferir mais essa fabulosa história de um mestre do cinema.


Nota: 8,5

O Orfanato

O Orfanato
(El Orfanato, 2007)


Direção: Juan Antonio Bayona
Gênero: Suspense/Drama
Duração: 100 minutos
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Montserrat Carulla, Mabel Rivera.



Sinopse:

Laura é uma mulher que regressa com sua família ao orfanato onde cresceu. O local desperta a imaginação de seu filho, que começa a se deixar levar por jogos de fantasia cada vez mais intensos. Estes acontecimentos vão inquietando Laura a tal ponto, que chega a pensar que algo na casa está ameaçando sua família. A escalada de acontecimentos ainda mais perturbadores fará com que ela procure a ajuda de parapsicólogos, além da polícia e de seu próprio passado.

Análise:

O Orfanato é um bom filme de suspense. Com produção de Guillermo del Toro, que dirigiu filmes como O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo, esta é mais uma obra com sua participação, porém, em meu ponto de vista, inferior às outras duas.
O Filme é um suspense que lembra os mais antigos, como os filmes de Hitchcock. Com padrão lento e mais parado, para envolver os espectadores na trama com maior profundidade. Em determinadas ocasiões achei que a trama realmente estava lenta demais, porém umas partes compensam outras.
Pra quem gosta de filmes com movimentação constante, talvez este não seja o suspense ideal, já que ele é bem parado mesmo. Não fosse pela trama interessante e diferente, que foge um pouco do tema de monstros e assassinos, mas sem fugir de espíritos e sobrenatural, o filme seria um pouco cansativo, mas mesma nas partes em que ficamos meio aflitos, a trama não nos deixa desinteresse algum.
De uma maneira ou outra, vale a pena esperar pelo desfecho da história. Realmente surpreendente e inesperado. O filme se faz valer só por ele, já que O Orfanato não deixa de ser um pouco cansativo, principalmente pelo complemento do espanhol falado de maneira muitas vezes acelerado. Convenhamos, espanhol não é dos idiomas mais bonitos de se ouvir.


Nota: 7,0

Choke

Choke - No Sufoco
(Choke, 2008)


Direção: Clark Gregg
Gênero: Comédia
Duração: 90 minutos
Elenco: Sam Rockwell, Anjelica Huston, Kelly Macdonald, Clark Gregg, Bijou Phillips.



Sinopse:

Victor Mancini (Sam Rockwell) é um viciado em sexo que trabalha num museu encenando eventos históricos. Para pagar a clínica em que sua mãe está internada, à noite ele vai a restaurantes chiques e finge engasgar com a comida, dando um jeito de conseguir dinheiro de quem lhe presta socorro. Um dia, num momento de lucidez, sua mãe revela que escondeu propositadamente a identidade de seu pai ilustre. Victor terá então que contar com a ajuda do amigo Denny, um masturbador crônico, para descobrir toda a verdade antes que ela se perca para sempre.

Análise:

Bom, só pra começar, eu nunca havia lido o livro No Sufoco, de Chuck Palahnick, também não imaginava que esse filme fora baseado em um. Pra não ser injusto com o autor do livro, devo dizer que as leituras que fiz sobre o mesmo foram extremamente elogiosas, colocando Palahnick como um escritor corrosivo e ousado. Mas não se esqueçam que eu não sabia disso.
Baseado somente no filme, o que posso dizer sobre Choke é que o considero um filme muito fraco, beirando ao desnecessário. Talvez se ele nem tivesse sido realizado, zelaria pela obra do autor do livro.
O excesso de humor negro e sarcasmo, deixam o filme sem graça, porque afinal de contas, o humor dos brasileiros nunca foi muito harmonioso com o humor britânico ou com exageros, salvo o Mr. Bean, que eu adoro. A história do filme parece ser interessante, e engraçada também. Depois que o filme termina e você volta apenas na história, chega a conclusão que ela teria tudo para ser boa, mas os realizadores do filme conseguiram acabar com ela, transpondo para a tela de uma forma confusa, sem graça e pedante.
Repetindo, considero Choke um filme muito fraco. Aconselho a nem perderem tempo em assistir, pois provavelmente terão a mesma opinião que eu. E digo isso porque Clark Gregg conseguiu deixar o filme sem absolutamente nenhum atrativo. Nem mesmo o ator protagonista, que já fez alguns bons papéis e tinha tudo pra despontar, conseguiu uma boa atuação.


Nota: 3,0

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Incrível Hulk

O Incrível Hulk
(The Incredible Hulk, 2008)


Direção: Louis Leterrier
Gênero: Ação
Duração: 115 minutos
Elenco: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, Tim Blake Nelson, William Hurt, Christina Cabot, Peter Mensah, Robert Downey Jr..



Sinopse:

Bruce Banner (Edward Norton), cientista que após ser exposto a raios gama, passa a se transformar em um monstro gigante verde em situações de estresse, está pesquisando uma cura para sua "maldição", testando ervas medicinais brasileiras. Quando um produto com teores de radiação chega aos EUA, vindo do Brasil, o exército americano desconfia que a terrível criatura verde esteja no país e parte em sua captura. Passando por diversas localidades, Hulk foge do exército americano em busca de paz para continuar atrás de sua cura, mas a tendência é que sua busca seja cada vez mais difícil.

Análise:

Primeiro esqueçam tudo que assistiram no primeiro filme do Hulk dirigido por Ang Lee. Aquele filme definitivamente tem que ser esquecido. Já O Incrível Hulk faz valer a pena assistir um filme do Hulk. Pra quem gosta de filmes de super-herói, garanto que esse é mais um dos bons. A começar pelo protagonista Edward Norton, que é um ótimo ator, seguindo pelos acontecimentos que são muito mais emocionantes e empolgantes que o primeiro filme.
Esta refilmagem começa na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, o que dá uma empolgada inicial na história, já que eu sempre acho bom ver um filme extrangeiro mostrando as "belezas" do nosso país. Muitas das cenas são verdadeiras obras-primas da computação gráfica, fazendo com que o filme se torne como real.
A história é a mesma de antes, e também dos quadrinhos. Um cientista que se envolve em um projeto de uma super arma e acaba se trasformando nela. Fica fora de controle, e verde, quando se exalta demais, e acaba destruindo tudo o que vê pela frente. A grande diferença de um filme para outro é que o segundo é mais bem realizado, sem excessos. O personagem Hulk continua grandão, mas sem aquele exagero de deixá-lo do tamanho de um ônibus e com a habilidade de pular praticamente de uma cidade a outra de uma vez. O Elenco está melhor escolhido, a cenografia também. Está de parabéns quem teve a coragem de refilmar este clássico, não tão popular, dos quadrinhos da Marvel.
Quem quiser arriscar o filme, pode aguardar uma cena final estonteante, que nos faz torcer como para nosso time de futebol, em uma batalha literalmente de gigantes. Ao meu ver, O Incrível Hulk é um bom filme, retratando de maneira empolgante as histórias em quadrinhos do personagem.
Afinal de contas,
HULK ESMAGA!


Nota: 8,0

terça-feira, 14 de abril de 2009

Gran Torino

Gran Torino
(Gran Torino, 2008)


Direção: Clint Eastwood
Gênero: Drama
Duração: 116 minutos
Elenco: Clint Eastwood, Cory Hardrict, Geraldine Hughes, Brian Haley, Dreama Walker, Brian Howe, Ahney Her, Bee Vang.



Sinopse:

Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um inflexível veterano da Guerra da Coréia, que está agora aposentado. Para passar o tempo ele faz consertos em casa, bebe cerveja e vai mensalmente ao barbeiro (John Carroll Lynch). Sua vida é alterada quando passa a ter como vizinhos imigrantes hmong, vindos do Laos, os quais Walt despreza.
Ressentido e desconfiando de todos, Walt apenas deseja passar o tempo que lhe resta de vida. Até que Thao (Bee Vang), seu tímido vizinho adolescente, é obrigado por uma gangue a roubar o carro de Walt, um Gran Torino retirado da linha de montagem pelo próprio aposentado. Walt consegue impedir o roubo, o que faz com que se torne uma espécie de herói local. Especialmente para Sue (Ahney Her), mãe de Thao, que insiste que deve trabalhar para Walt como forma de recompensá-lo.

Análise:

É impressionante como Clint Eastwood realmente nasceu para o cinema. Além de suas décadas como um ator revolucionário, sua carreira como diretor de cinema cresce cada vez mais com todos os méritos.
Gran Torino é uma realização maravilhosa. A forma como conta a vida pacata do aposentado Walt, seus preconceitos, sua forma antiquada de viver em sua vizinhança é incrível. Um senhor com vários problemas familiares acumulados, com um relacionamento distante de seus filhos, e desgostado por seus netos. Além disso, o convívio com sua vizinhança, que há muito tempo é dominada por imigrantes norte-coreanos, não é nada amigável, já que Walt é um ex-combatente da guerra da Coréia.
O filme realmente consegue mexer com nossas emoções e sentimentos, relevando a importância da amizade, relacionamentos humanos e confrontando preconceitos antigos. Um filme mágico, com a assinatura de Clint Eastwood como diretor e protagonista, e por sinal um tremendo protagonista, como só ele consegue ser.
Um ótimo filme para assistir, digno de uma das maiores estrelas de Hollywood.


Nota: 9,0

O Último Trem


O Último Trem
(The Midnight Meat Train, 2008)


Direção: Ryûhei Kitamura
Gênero: Suspense/Terror
Duração: 98 minutos
Elenco: Bradley Cooper, Leslie Bibb, Vinnie Jones, Brooke Shields, Tony Curran.



Sinopse:

O fotógrafo Leon Kaufman (Bradley Cooper) ganha a atenção da dona de uma galeria de arte, que sugere um ensaio fotográfico sobre o lado obscuro da humanidade. Encarando o desafio, ele resolve fazer as fotos numa estação de trem, o mesmo lugar em que o sanguinário assassino Mahogany, ataca silenciosamente os passageiros.
Empunhando um objeto que se parece com um enorme martelo, o assassino extermina suas vítimas com detalhes cruéis de sadismo. Após a descoberta, o fotógrafo, ao invés de abandonar o projeto por conta do ameaçador Mahogany, Kaufman se vê fascinado pelas ações do assassino e embarca nas instalações sombrias do metrô, passando por túneis até o abismo da maldade pura.

Análise:

Se você achou Jogos Mortais ou O Albergue filmes violentos, sanguinários e pesados, se prepare até assistir este filme. Com requintes de crueldade extrema por parte do assassino, esta obra baseada em um conto de Clive Barker segue a risca o estilo dos jogos produzidos pelo autor.
A história principal se passa no metrô, especificamente no último trem da madrugada, onde um sádico e cruel assassino mata suas vítimas com aparatos de abatedouro, como martelo, facas e ganchos.
Não é um filme qualquer, por isso nem todo mundo consegue assistí-lo sem se incomodar com algumas cenas bem pesadas, como olhos pulando pra fora da órbita, unhas e dentes sendo arrancados e sangue, mas muito sangue mesmo.
Como não poderia deixar de ser em uma obra baseada em Clive Barker, uma surpresa bem típica é guardada para o final, onde uma verdadeira guinada na trama muda o foco principal da história e do assunto retratados no filme.
Se você não se incomoda com filmes de violência extrema, O Último Trem é uma boa opção, misturando suspense e terror em doses altamente sobrecarregadas de sangue. Eu gostei muito do filme, apesar de não ter conseguido assistir algumas cenas tranquilamente.


Nota: 8,0

Missão Babilônia

Missão Babilônia
(Babylon A.D., 2008)


Direção: Mathieu Kassovitz
Gênero: Ação/Ficção Científica
Duração: 90 minutos
Elenco: Vin Diesel, Mélanie Thierry, Michelle Yeoh, Gérard Depardieu, Lambert Wilson, Charlotte Rampling.



Sinopse:

Baseado no livro Babylon A.D., de Maurice G. Dante, o longa traz Vin Diesel como ator principal, interpretando Toorop, um matador profissional mercenário que teve seu DNA marcado e taxado como “persona non grata” nos Estados Unidos.
Vivendo na Mongólia, é pago para levar a irmã de um convento (Michelle Yeoh) e sua pupila Aurora (Mélanie Thierry) aos Estados Unidos em segurança. Durante a viagem que cruza países em conflito, com direito a Estreito de Bering congelado novamente, ele descobre que Aurora seria uma suposta salvação para a humanidade ou a causa de destruição da mesma. Dessa forma a viagem dos três se torna ainda mais complicada.

Análise:

Antes de falar diretamente sobre Missão Babilônia eu gostaria de fazer um desabafo. Antes de assistir a esse filme eu lí diversas críticas, e em absolutamente nenhuma ninguém falava nada positivo do filme, o rebaixando a um verdadeiro lixo. Fico realmente indignado com isso. O que uma pessoa espera quando assiste um filme do Vin Diesel no cinema? Ou aluga um filme dele? Será que alguém acha que vai assistir uma obra de arte do cinema ou algo assim? Vin Diesel é Vin Diesel, ou seja, explosões, lutas, tiros, perseguições, seja lá o que for os filmes dele sempre foram e sempre serão exagerados. Então, se você não gostou de Triplo X, A Batalha de Riddick e outros filmes estrelados pelo ator, não assista este também, senão você vai ser apenas mais um desses chatos, que critíca o filme antes mesmo de assistí-lo.
Terminado meu desabafo, Missão Babilônia é exatamente um filme de explosões, lutas, tiros e persguições, com direito a uma freira que bate em todos e uma vidente que é a possível salvação da humanidade. Mas mesmo assim é um filme bom de se assistir. Com cenas que, mesmo exageradas, foram bem realizadas, o filme conta com a mesma atuação mediana de Vin Diesel de sempre, mas suficiente para realizar um filme bacana de ver.
Para evitar críticas futuras, assista Missão Babilônia quando não tiver outro filme para ver, e apenas se você gostar de filmes como Rambo, O Predador, Carga Explosiva e outros do gênero. No mais, é um filme bom, sem muita trama nem história, e com muita adrenalina e testosterona.


Nota: 7,0

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Onde os Fracos Não Têm Vez

Onde os Fracos Não Têm Vez
(No Country for Old Men, 2007)


Direção: Ethan e Joel Cohen
Gênero: Suspense/Drama
Duração: 122 minutos
Elenco: Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald.



Sinopse:

No oeste do Texas, na década de 80, um veterano do Vietnam, Llewelyn Moss, está no meio do deserto quando tropeça em alguns corpos caídos pelo chão, aparentemente vítimas de um tiroteio. Ao lado dos mortos, uma grande quantidade de heroína e uma mala com dois milhões de dólares. Esta descoberta irá desencadear uma onda de violência muito acima do esperado, já que a mala com o dinheiro tinha um dono. Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado à procura da mala, que está com Moss. Porém para alcançá-lo, ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).

Análise:

Pra começo de conversa, este filme conta com atuações dignas de vários Oscars. Passado nas areias do Texas, os atores do elenco estavam realmente inspirados, tanto em suas atuações, como no próprio sotaque da região, que é tão caipira que chega a lembrar as velhas falas de filmes de faroeste.
A trama é simples, um homem que encontra, por acaso, uma mala cheia de dinheiro do tráfico de drogas, e resolve ficar com ela. Daí em diante o que acontece não é nenhum segredo. Com certeza alguém não fica feliz com ele e quer sua mala de volta. A grande jogada da trama, é que o contratado para recuperar a mala se supera na falta de lealdade, senso de humor e de confiança, matando todos que aparecem em seu caminho.
Anton Chigurh, é um psicopata sem nenhuma piedade, que segue a risca suas promessas e objetivos, e não se importa em descartar quantas pessoas forem necessárias para encontrar Moss e a mala de dinheiro que ele pegou do tráfico.
Mesmo misturando ação, suspense e drama, Onde os Fracos Não Têm Vez é um filme que não consegue agradar a todos os gostos, isto por ser um filme certas vezes implícito, e passar uma impressão de muita ação no começo, quando na verdade o filme se mantém mais na linha dramática.
Independente de o filme não ser para todos os gostos, ele com certeza combina com o meu gosto. Achei o filme extremamente envolvente e inteligente, com uma trama que tinha tudo para ser comum e sem grandes novidades, e que conseguiu ser exatamente o contrário, uma trama grandiosa.
Só pra finalizar, não se assustem com um final extremamente vago.


Nota: 8,5

A Liga da Injustiça

A Liga da Injustiça
(Disaster Movie, 2008)


Direção: Jason Friedberg, Aaron Seltze
Gênero: Comédia
Duração: 114 minutos
Elenco: Carmen Electra, Matt Lanter, Vanessa Minnill, G. Thang, Nicole Parker, Kimberly Kardashian.



Sinopse:

Will é alertado sobre a data do fim do mundo. E como evitar tal tragédia? Até aí, esse é um trabalho moleza pro cara, afinal, nada o assusta. Will então vai à luta, contando com a ajuda e trapalhadas da Liga da Injustiça, com seus esquilos esquisitões, super-heróis pra lá de meia boca, uma princesa Encantada e até um aventureiro de chicote, para devolver a caveira de cristal ao seu altar sagrado.
Contando com um elenco altamente parodiado, os amigos de Will tentarão salvar o mundo do maior desastre possível, já que nesse filme tudo pode acontecer.

Análise:

A Liga da Injustiça não passa de mais um filme de paródias hollywoodianas, seguindo a mesma linha de Todo Mundo em Pânico e do recente Deu a Louca em Hollywood. O grande problema é que ele não chega a ser tão bom quanto os outros.
Falando francamente eu nunca fui dos maiores fãs de filmes parodiais, mas quando estou a toa e não tenho nada melhor pra assistir me arrisco com um deles.
Este mais novo filme do gênero brinca com filmes de super-heróis, como Homem de Ferro, Batman, As Crônicas de Nárnia, entre outros. Mas além dos filmes específicos de super-heróis a brincadeira esbarra em grandes sucessos do cinema no ano de 2008. O Lutador, Cloverfield, Onde os Fracos Não Tem Vez, e muitas animações também caíram nas zoações deste filme.
Uma das personagens principais e nada mais nada menos que Juno, e grávida. Por sinal, na minha opinião, as cenas mais engraçadas do filme são protagonizadas por ela.
Mas tirando uma cena ou outra que conseguimos dar umas boas risadas, o filme deixa bastante a desejar, principalmente se comparado com os últimos filmes semelhantes. Não sendo um grande fã de filmes que contam com paródias, não posso fazer uma avaliação muito positiva desta comédia, principalmente quando a comédia não me fez rir muitas vezes.
Resumindo, é um filme bem mediano.


Nota: 5,5

Na Natureza Selvagem

Na Natureza Selvagem
(Into The Wild, 2007)


Direção: Sean Penn
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 143 minutos
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, Hal Holbrook.



Sinopse:

Na Natureza Selvagem conta a história de um jovem com um futuro promissor. Depois de se formar em uma universidade, ele decide abandonar tudo, doar suas economias para a caridade e partir em uma longa viagem para o Alasca para viver uma aventura que irá modificar e marcar para sempre a sua vida. Assim, acaba cruzando, nessa trajetória, com vários tipos dos quais jamais irá se esquecer.
As relações em que ele participará serão inesquecíveis, desde pessoas marcantes a uma natureza inigualável.

Análise:

Está aí a marca de um grande ator que anda se dando bem também como diretor. Essa nova moda em Hollywood parece estar dando certo. Foi assim com Clint Eastwood, Sylvester Stallone, e também com Sean Penn, o diretor deste grande filme. E por falar em grande filme, Na Natureza Selvagem é um grande filme tanto em suas qualidades como também em sua duração. Porém, suas quase duas horas e meia de duração porderiam se prolangar ainda mais que não seriam cansativas para um filme como esse.
Sou meio suspeito para falar de qualquer filme de Sean Penn, isto pelo fato de ele ser meu ator predileto, mas como diretor ele vem se mostrando tão bom quanto.
Voltando a falar do filme, com uma cenografia e fotografia fabulosos, a trama nem precisava ser tão boa quanto é, tornando um filme muito agradável de se assistir. Tratando de assuntos como liberdade, amor, força de vontade e esperança, os ocorridos no filme são realmente comoventes.
A trilha sonora orquestrada por Eddie Vedder (Pearl Jam) é um outro brilhantismo, dando mais uma qualidade ao todo.
Basicamente posso descrever Na Natureza Selvagem como um filme emocionante, interessante e diferente, já que sua história é tramada em cima de um cenário natural muito bonito e diferente do que estamos habituados a assistir em outros filmes sobre natureza. Falando de forma direta, trata sobre liberdade dentro da natureza, ou a liberdade que a natureza pode proporcionar.
Um filme que eu recomendo com certeza, mas para as pessoas que têm paciência de assistir um filme relativamente grande, e com um segmento sem excesso de ação. Só pra reforçar, ao meu gosto, considero um filme muito bom.


Nota: 8,0

Última Parada 174


Última Parada 174
(Última Parada 174, 2008)



Direção: Bruno Barreto
Gênero: Drama
Duração: 100 minutos
Elenco: Michel Gomes, Marcelo Mello Jr., Ana Gabriela, Cris Vianna, André Ramiro.


Sinopse:

O filme é uma versão narrativa da vida do ex-menor de rua, assaltante e sobrevivente da Chacina da Candelária, que cometeu o sequestro do ônibus da linha 174, em junho de 2000, no Rio de Janeiro. Numa rigorosa reconstituição dos fatos, Última Parada 174 foi filmado em locações no reais no Centro do Rio de Janeiro, como a Igreja da Candelária, o bairro do Jardim Botânico e as favelas Tavares Bastos e de Curicica.

Análise:

Considerado por mim o melhor filme de Bruno Barreto, Última Parada 174 conta a história do menino Sandro desde seu nascimento, demonstrando seu trajeto de vida e a possível forma da qual ele se tornou um criminoso sem nada e perder.
Dotado de uma análise bem imparcial, o filme coloca o personagem muitas vezes como a vítima, e não o culpado. Uma ótima análise da sociedade brasileira, principalmente da forma como retrata a realidade nas favelas e ruas do Rio de Janeiro.
Última Parada 174 usa da história de Sandro para fazer uma dura crítica, ainda que implicita, à sociedade brasileira, desde a desigualdade social até assuntos tão comuns a nós como o tráfico de drogas, violência e prostituição.
Um filme que com certeza eu recomendo assistir, desbancando muitos filmes de Hollywood e valorizando cada vez mais o cinema brasileiro, principalmente em sua grande habilidade que é retratar a realidade de nosso país.


Nota: 9,0

O Casamento de Rachel


O Casamento de Rachel
(Rachel Getting Married, 2008)


Direção: Jonathan Demme
Gênero: Drama
Duração: 113 minutos
Elenco: Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt, Mather Zickel, Bill Irwin, Debra Winge.


Sinopse:

Kym (Anne Hathaway) é uma jovem problemática e recém saída de uma clínica de reabilitação para viciados. Com o casamento de sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt) já em seus preparativos, os problemas pessoais da personagem se misturam ao ambiente de felicidade e orgulho da família das duas.
Com um sentimento de culpa guardado pela morte de seu irmão mais novo, Kym não consegue se considerar uma pessoa normal depois da reabilitação, e mantém uma impressão de que todos estão contra ou com pena dela. A capacidade extrema de Kym em dramatizar qualquer situação e deixar o ambiente constrangedor irá fazer com que o casamento de Rachel seja uma mistura de felicidade e agonia.

Análise:

Bem, pra falar a verdade nunca gostei muito dos filmes da Anne Hathaway. Com excessão de O Diabo Veste Prada, que achei divertido, nunca a conseiderei uma peça fundamental em um bom elenco. Confesso que a interpretação da atriz em O Casamento de Rachel é digna de uma atriz de primeira, mas isso não faz do filme em sí, bom.
Fazendo uma análise primária bastante superficial, o filme é meio cansativo, com situações intermináveis de uma mesma coisa. Como no episódio em que a família se reúne em volta da mesa de jantar para fazer discursos para os noivos. Enquanto as dezenas de membros da família não terminam seus discursos pedantes e dignos de Fidel Castro, a cena não acaba.
O assunto tratado no filme é interessante, e bem retratado pelas atitudes e postura sarcástica da atriz, que interpreta uma ex-viciada em drogas que se considera culpada pela morte de seu irmão mais novo. Mas o excessivo complexo de culpa e de inferioridade da personagem a tornam diversas vezes chata. Tanto que, em determinadas cenas do filme, eu tive vontade que ele terminasse ali mesmo.
Os pontos positivos de O Casamento de Rachel ficam por conta da grande atuação de Anne Hathaway e do assunto tratado, que é tão comum entre jovens americanos. Fora isso, encarei o filme como uma sequência de acontecimentos monótonos e muitas vezes sem emoção alguma. Considero um filme mediano, com potencial para ser um drama familiar bem fraco, girando em torno dos preparativos de um casamento.


Nota: 7,0

O Visitante

O Visitante
(The Visitor, 2007)



Direção: Thomas McCarthy
Gênero: Drama
Duração: 104 minutos
Elenco: Richard Jenkins, Haaz Sleiman, Danai Jekesai Gurira, Hiam Abbass.



Sinopse:

Walter (Richard Jenkins) é um professor univesitário sisudo, sério e sem muitas motivações na vida. Em uma viagem para uma conferência ele conhece o casal Tarek (Haaz Sleiman) e Zainab (Danai Jekesai Gurira), dois imigrantes ilegais que estavam morando escondidos em seu apartamento, onde há muito tempo ele não ia.
Comovido com a situação dos dois, o professor resolve deixá-los temporariamente morando em seu apartamento, onde nasce uma grandiosa amizade, renovando a alegria de viver que tanto faltava em Walter.
As coisas só ficam mais complicadas quando a polícia da imigração interfere no relacionamento entre eles, e a partir daí Walter fará de tudo para solucionar o problema dos amigos, fazendo nascer uma virtuosidade nunca conhecida por ele.

Análise:

Existe apenas uma palavra que define esse filme, excepcional. Tratando de um assunto tão recorrente não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo, O Visitante mostra diversas facetas culturais, exemplos de vida e de amizade, e ainda de quebra, desmistifica qualquer padrão e preconceito que as pessoas podem ter.
Um filme sobre emoções humanas, amizade, amor e renascimento, tratando esses assuntos de maneira sutil e lúdica.
Através da imagem séria e centrada do professor Walter, as emoções mexem conosco, e é impossível não acompanhar o filme como se fossemos personagens reais.
Com a ajuda da música e do tambor de Tarek, Walter descobre prazeres simples da vida que antes não faziam parte de seu cotidiano, deixando sua rotina diferente e divertida.
Com uma trama realista e inteligente, o andamento percorre várias situações, até culminar em um encontro emocionante e distorcido entre todos os personagens.
Ria, chore e se emocione com um filme definitivamente maravilhoso, que mexe com os sentimentos de qualquer pessoa.


Nota: 9,5

Alma Perdida

Alma Perdida
(The Unborn, 2009)



Direção: David S. Goyer
Gênero: Suspense
Duração: 87 minutos
Elenco: Odette Yustman, Gary Oldman, Cam Gigandet, Carla Gugino, James Remar.


Sinopse:

Casey Beldon (Odette Yustman) é uma jovem que começa a ter estranhas visões depois de um sonho. Suas visões se tornam cada vez mais reais e assustadoras, obrigando-a a procurar ajuda além de seu namorado e sua melhor amiga.
Vasculhando antigas coisas no porão de sua casa, ela descobre um nome que pode lhe ajudar a livrar-se do Dibbuk, um espírito que vaga entre a vida e a morte, perseguindo a jovem.

Análise:

O filme é um típico suspense americano, com poucos personagens e trama elaborada em cima de apenas um deles. Com uma mistura de crenças judaicas com espíritos malignos, a história de Alma Perdida tem seus altos e baixos.
Com cenas e imagens que realmente mexem com a imaginação, o filme ganha no fator psicológico, levando a cabeça longe no que se trata de crenças e espíritos. Porém a trama é meio fraca e repetitiva, deixando o filme de certa forma previsível.
De qualquer maneira eu aconselho assistir. Efeitos visuais bem feitos, trilha e efeitos sonoros notáveis e uma mistura de mistério e ocultismo deixam o filme interessante. Concluindo, um bom filme e nada mais que isso.


Nota: 7,0

Busca Implacável


Busca Implacável
(Taken, 2008)


Direção: Pierre Morel
Gênero: Ação
Duração: 93 minutos
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, Xander Berkeley, Katie Cassidy.


Sinopse:

Bryam (Liam Neeson) é um ex-agente da CIA que manteve um relacionamento ausente com sua filha durante seus anos de trabalho para o governo americano. Depois de aposentado, ele se muda para perto da filha para tentar corre atrás do tempo perdido, mas quando ela vai passar férias em Paris com uma amiga as coisas mudam de vértice.
Logo após a chegada das duas, um grupo de sequestradores de mulheres invade o apartamento e as levam, mas não antes que sua filha Kym (Maggie Grace) consiga passar algumas pistas para o pai através do telefone. A partir daí Bryam inicia uma perseguição aflita atrás de sua filha pelas ruas de Paris, utilizando de suas abilidades adquiridas no Serviço Secreto para reavê-la e vingar-se dos sequestradores.

Análise:

Sinceramente, um dos melhores filmes de ação que eu assiti nos últimos tempos. Tirando uma pequena parte explicativa no começo do filme, o resto é simplesmente ação do começo ao fim, e literalmente. Além de tratar de um assunto que vem se tornando cada vez mais presente na Europa, o tráfico de mulheres, o filme conta nas entrelinhas uma história de redenção entre pai e filha.
Este é um típico filme de ação extrema, que agrada a todos os gostos, porque não foge muito a realidade, como em filmes que um personagem desvia de trezentos tiros de metralhadora em um micro-segundo. Dentro da trama não existem muitos assuntos paralelos à busca do pai pela filha, mas pela qualidade da ação, lutas, tiroteios, perseguições e ameaças, o filme se faz valer sem precisar de um outro ponto.
Recomendo a todos os gostos, um filme que nos prende muito por seu segmento, e faz valer a pena cada detalhe. Eu tenho que confessar que vibrava com cada movimento do personagem. Realmente muito bom.


Nota: 9,0

Frost/Nixon

Frost/Nixon
(Frost/Nixon, 2008)


Direção: Ron Howard
Gênero: Drama
Duração: 124 minutos
Elenco: Frank Langella, Michael Sheen, Kevin Bacon, Sam Rockwell, Oliver Platt, Rebecca Hall, Toby Jones.



Sinopse:

Após um mandato incompleto e cheio de especulações e dúvidas, Richard Nixon se cala para os Estados Unidos durante o período pós-renúncia. Com a maioria da populaçao americana mantendo uma idéia negativa do governo e da pessoa de Nixon, o ex-presidente decide participar de um programa de entrevistas proposto pelo apresentador inglês David Frost. Através das explicações dadas no programa, Nixon espera deixar no passado assuntos como Watergate, que foi o escândalo responsável por sua renúncia. Por outro lado, Frost tentará arrancar uma confissão que deixa a imagem do ex-presidente ainda mais comprometida, mesmo sem a confiança de sua própria equipe.

Análise:

Eu sempre gostei de filmes que envolvem debates públicos, briga de egos e coisas desse tipo, e com este filme não é diferente. Uma trama envolvente que refaz os passos de uma das entrevistas mais famosas e polêmicas dos Estados Unidos até os dias de hoje.
Para quem não gosta de filmes históricos ou com muitos debates, Frost/Nixon pode não ser uma boa pedida, mas mesmo não sendo dotado de cenas de ação intensa, o filme é extremamente interessante, e os acontecimentos prendem o expectador de uma forma inesplicável. Entre os envolvimentos da trama estão os problemas com patrocinadores de um apresentador em decadência, a desconfiança de sua própria equipe, entre outros. Mas o grande chamariz do filme é mesmo a entrevista com o ex-presidente Richard Nixon, que resolve aceitar a proposta numa tentativa de reacender sua carreira política, culminando em uma tremenda briga de egos e manipulações públicas.
Em uma atuação de alto nível do ator Frank Langella (Nixon), Frost/Nixon é definitivamente um filme que vale a pena assistir. Com uma trama muito boa, atuações impecáveis e um contexto histórico valoroso é um filme que eu definitivamente recomendo.


Nota: 8,5